INFINITO

Óleo sobre tela 14,8/21,0 cm

«Como acontece que este é um ser eterno, tentou, na medida do possível, tornar o mundo também ele eterno. Mas acontecia que a natureza daquele ser era eterna, e não era possível ajustá-la por completo ao ser gerado. Então, pensou em construir uma imagem móvel da eternidade, e, quando ordenou o céu, construiu, a partir da eternidade que permanece uma unidade, uma imagem eterna que avança de acordo com o número; é aquilo a que chamamos tempo»

Platão (Timeu, 37d)

O infinito é um conceito associado ao ilimitado; em Platão a ideia de regressão é infinita: cada raciocínio exige um precedente que, por sua vez, exige outro, até ao infinito.

Apresento um nó celta (Ancient Atlantan Infinity) representando a conexão entre a lenda da Atlântida e a cultura Celta. O nó representa simbolicamente a eternidade e a interconexão. A Atlântida, por sua vez, é uma ilha lendária descrita por Platão como um lugar de grande poder e conhecimento, que teria sido engolida pelo mar.

Tempo e vida, sendo distintos, só existem em coexistência: o tempo é globalmente agregador e contínuo, a vida caracteriza-se pela finitude em processo infinito e renovável.

O tempo é uma ideia una, a vida é o que a subverte e concretiza. A reprodução da vida, como fundamento vital para a sua continuidade, revela que o tempo não é apenas um fundo neutro onde as coisas acontecem.

A vida, ao reproduzir-se, implica que o tempo não se basta a si mesmo: precisa do vivo para existir.

Enquanto vivos convirá que caminhemos no tempo que entendemos…

Rui, Junho de 2025