DUNAS

A FLORA NAS DUNAS 

 - DA MARGEM DO LIS À "ROCHA" DO PEDRÓGÃO -

AS ESPÉCIMES CAPTADAS PELAS LENTES DO MEU TELEMÓVEL

«A Batalha Sem Fim»

 Aquilino Ribeiro

Págs.: 238/239 

Edição Circulo dos Leitores nº 1526

« ... as dunas virgens, tais como o vento e o mar as haviam concebido em estupendo caos. Era um arraial de monstruosos vultos cor de pérola, em cujas arestas brincavam as mais ilusórias e fantásticas miragens. Linhas, volumes e faces pareciam estar na primeira hora do génesis. Combinando-se, penetrando-se, dissociando-se, revestiam todas as formas e nenhuma lhes era duradoira.

Não eram montanhas e havia nelas o ar ascético, um pouco admirado, que as colinas erguem para o firmamento; não eram planaltos e ofereciam aos olhos as mais longínquas perspectivas; não tinham arquitectura e lembravam um campo de ruínas, onde se alteassem ainda pirâmides truncadas de mármore e de alabastro. Pois que não eram fantasia dos olhos, andara o acaso ali ensaiando as mil e uma sortes inéditas de prestidigitador sem igual. E com elementos tão simples excedera o imaginável.»